Meus versos,
Meus unguentos...



sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A Tia


A tia desenhava abelhas
e borboletas coloridas,
arrebentava de sol
o caderno de desenho
no dia chuvoso.
Fazia balas de amêndoa,
arrebentava de doce a boca,
a televisão philco,
a sala de taco.
Quando ela morreu não fiquei triste,
melancólico, só lembrei das balas de amêndoa
e seus poucos prazeres:
Pão com carne de músculo, macarronada,
empadinha de frango.
Não se casou, ao que parece não amou ninguém,
mas sofrera do coração a vida inteira.